Babys.

 FEVEREIRO DIA 19

Eu percebi que toda vez que eu me acostumo demais com uma rotina, eu começo a sentir um vazio existencialista enorme, e minha mente tenta de todas as formas achar maneiras variadas desse sentimento ir embora. Acontece que na maioria das vezes, esse sentimento antecede algum acontecimento importante, como se ao mesmo tempo que eu reparo que estou presa em um loop repetitivo de eventos, meu corpo também reaja para que esse ciclo não seja quebrado.

Isso deixa tudo ainda mais confuso e complicado de solucionar, levando em consideração que não tenho sequer um ponto de fugo da minha mente, me fazendo confrontar o sentimento desconfortável e inevitável do vácuo e da mudança implacável.

É normal que nesses momentos eu reverbe entre ideias alto depreciativas e decisões precipitadas e inconsequentes, fazendo com que eu me afunde ainda mais na eterna angustia do rotineiro dia-a-dia e repulse ainda mais a ideia de uma variante futura.  

Uma sensação que só tem sua interrupção causada, quando o evento importante acontece, forçando meu organismo a experimentar a nova sensação da atualizada rotina diária de vivencia. O problema de sentimentos não identificados e solucionados, é que sua passagem é sempre inesperada, e que ele nunca realmente vai embora, basta um momento de tenuidade, a linha singela entre o que faço e o que farei, para que ele volte como uma praga, como a larva que surge para roer as folhas da arvore.

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