Babys.

1949;

 Em 1949, num cantinho escuro na Inglaterra, cercado de prédios e fumaça.

Uma garotinha escrevia em um pedaço de papel sujo que avia encontrado no chão, com um minúsculo pedaço de lápis que pegará na gaveta da cômoda.
A casa bagunçada e fria onde morava, servia como abrigo nas noites escuras.
Mesmo que em diversos momentos, deseja-se não estar ali, cercada pelo barulho das máquinas nas indústrias, e os imundos insetos que moravam nas madeiras podres.
A mãe da garotinha, morrerá a pouco tempo, devido a doença vinda pelo grande frio do inverno.
Seu irmão mais novo, um tempo depois foi junto, deitado em seus braços, morrera pela fome.
O pai da menina, nem ela sabia, mas, também partirá para o outro mundo em alguma fábrica, dessas que faziam muito barulho.
Ninguém a avisará, que estava sozinha no mundo.
Naquele cantinho da sala solitária, ela ainda escrevia. Talvez sonhos de uma vida, desejos de uma existência sofrida.
Sua mão estava fria, e sua barriga roncava, avia ao seu lado um cachorro que um dia na rua tinha começado a segui-la, e então, ela o aceitará como parte da família.
O calor do animal a mantinha minimamente aquecida, e toda vez que fechava os olhos, o cachorro a lambia.
Um pedido para que não fosse para o pós vida.
O vestido velho que vestia, mal cobria suas pernas, não lembrava de onde o avia ganhado, mas era o único que tinha.
E por ser único, ela o amava.
No canto, com o animal ao seu lado, o vento da janela soprava, a tosse dela aumentava, a tremedeira continuava, e seus olhos ainda mais pesados ficavam.
Ela então, depois de tanto escreverá, soltou o lápis, deixou o papel ao lado, abraço o aquecido cachorro deitado, e enfim, dormiu.

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