O REI E O POETA:
Rei: Oh, aqui está um verdadeiro apreciador das artes escritas.
Poeta: Vossa majestade.
Rei: A quanto tempo o que andou fazendo?
Poeta: A vida me manteve ocupado com algumas questões.
Rei: A que devo sua ilustre presença aqui?
Poeta: O amor.
Rei: Amor?
Poeta: Sim.
Rei: O que o amor quer com minha pessoa?
Poeta: Mais empatia.
Rei: Empatia?
Poeta: E compaixão.
Rei: O amor é exigente.
Poeta: Às vezes sim.
Rei: Porque eu deveria conceder tamanha compaixão e empatia pelo amor?
Poeta: Porque ele está por toda parte.
Rei: Se está por toda parte tem mais que o necessário.
Poeta: E mesmo assim súplica pela sua atenção.
Rei: Passa fome? Sede? Não tem onde ficar?
Poeta: As vezes sim.
Rei: Você está cheio de meios para mim, vamos me de algo certeiro.
Poeta: Ele existe de várias maneiras e formas, em diferente ocasiões e situações, não posso lhe afirma algo que já aconteceu, está acontecendo ou pode acontecer.
Rei: Então diga ao amor pra que venha até mim e peça o que quer.
Poeta: Eu vim em seu lugar, sou seu intercessor.
Rei: Ora, ordenarei que meus guardas o tragam até mim, se queres algo, que venha olhe em meus olhos e diga.
Poeta: O amor é frágil, o deixaria com medo.
Rei: Então és um covarde?
Poeta: As vezes sim.
Rei: Me diga amigo, como o amor quer que eu lhe dedique compaixão e empatia se nem o conheço.
Poeta: Entendendo-o, ele está por toda a parte.
Rei: Então o traga a mim.
Poeta: Não posso.
Rei: Se eu lhe der o que queres, me retribuirá em algo?
Poeta: Talvez sim.
Rei: Então não tens certeza da palavra desse amor?
Poeta: Ele pode se rebelar, se apaixonar, se irritar, ou se entristecer, até mesmo se ofender, tudo depende de como ele irá receber seu ato.
Rei: Como pode, diz isso como se falassemos sobre uma multidão.
Poeta: E eras apenas um?
Rei: Me digas tu.
Poeta: Acredito que seja um reino.
Rei: Talvez súditos?
Poetas: Talvez.
Rei: Me diga amigo, o amor lhe ofereceu algo para vir-te até mim?
Poeta: Nada, ou melhor, apenas alguns pães.
Rei: Posso lhe dar uma colheita inteira se convencer o amor a me servir obdientemente.
Poeta: Tachado serei eu de traidor, e jamais trairia o amor.
Rei: Posso lhe proteger, posso implantar poder e medo em suas mãos.
Poeta: Medo nada atrai a não ser a vingança, se se tem medo, não se tem respeito, mas, se se tem respeito, não se tem medo.
Rei: Com o medo a poder.
Poeta: Um poder corrompido.
Rei: Mas impiedoso.
Poeta: O respeito trás com sigo a admiração, e com isso o poder absoluto.
Rei: Okay meu poeta, o que devo fazer?
Poeta: Empatia e compaixão.
Rei: Se der a seu amor o que pedes, terei algum retorno?
Poeta: Sempre a o que retornar, apenas não a uma data para isso, e também, não uma confirmação se será boa ou ruim.
Rei: Terei que estender minha espera e confiança nessa fala?
Poeta: Acredito que sim, o amor costuma ser demasiadamente lento as vezes.
Rei: As vezes…
Poeta: Não a certezas no amor.
Rei: É a pior das coisas nele.
Poeta: Concordo.
Rei: Diga a seu amor que lhes darei o que você ousou pedir, e que espero ansiosa e pacientemente pelo resultado.
Poeta: Um pouco contraditório não acha meu Rei?
Rei: Às vezes é.
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